quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Reforma Ortográfico

O caso dos prefixos e falsos prefixos

 

COM PREFIXOS OU FALSOS PREFIXOS
PREFIXOS
OU FALSOS
PREFIXOS
REGRAS
EXEMPLOS
OBSERVAÇÕES;
SAIBA MAIS
Vogais iguais 1. Usa-se o hífen quando o prefixo e o segundo elemento juntam-se com a mesma vogal. anti-ibérico,
auto-organização,
contra-almirante,
infra-axilar,
micro-ondas,
neo-ortodoxo,
sobre-elevação,
anti-inflamatório.
Mas os prefixos co, pro, pre, re se juntam ao segundo elemento, ainda que este inicie pelas vogais o ou e: coocupar, coorganizar, coautor, coirmão, cooperar, preenchimento, preexistir, preestabelecer, proeminente, propor reeducação, reeleição, reescrita.
Vogais diferentes 2. Não se usa o hífen quando os elementos se unem com vogais diferentes. autoescola, autoajuda, autoafirmação, semiaberto, semiárido, semiobscuridade, contraordem, contraindicação, extraoficial, neoexpressionista, intraocular, semiaberto, semiárido.
Consoantes iguais 3. Usa-se o hífen se a consoante do final do prefixo for igual à do início do segundo elemento. inter-racial,
super-revista,
hiper-raquítico,
sub-brigadeiro.

Se o segundo elemento começa com s, r. 4. Não há hífen quando o segundo elemento começa com s ou r; nesse caso, duplicam-se as consoantes. antirreligioso, minissaia, ultrassecreto, ultrassom. Porém, coforme a regra anterior, com prefixos hiper, inter, super, deve-se manter o hífen:
hiper-realista,
inter-racial,
super-racional,
super-resistente
.
Se o segundo elemento começa com m, n, com vogais e h, m, n. 5. Usa-se o hífen: se o primeiro elemento, terminado em m ou n, unir-se com as consoantes h, m ou n. circum-murado,
circum-navegação,
pan-hispânico,
pan-africano,
pan-americano.

Ex, sota, soto, vice 6. Usa-se hífen com os prefixos: ex, sota, soto, vice. ex-almirante,
ex-presidente,
sota-piloto,
soto-pôr,
vice-almirante,
vice-rei.
Escreva, porém, sobrepor.
Pré, pós, pró 7. Usa-se hífen com os prefixos pré, pós, pró (tônicos e acentuados com autonomia). pré-escolar,
pré-nupcial,
pós-graduação,
pós-tônico,
pós-cirúrgico,
pró-reitor,
pró-ativo,
pós-auricular.
Se os prefixos não forem autônomos, não haverá hífen: predeterminado, pressupor, pospor, propor.
O prefixo termina em vogal ou r e b e o segundo elemento se inicia com h. 8. Usa-se o hífen quando o prefixo termina em r, b ou vogais e o segundo elemento começa com h. anti-herói,
inter-hemisférico,
sub-humano,
anti-hemorrágico,
bio-histórico,
super-homem,
giga-hertz,
poli-hidratação,
geo-história.
A) Mas as grafias consagradas serão mantidas: reidratar, desumano, inábil, reabituar, reabilitar, reaver.
B) Se houver perda do som da vogal final, prefere-se não usar hífen e eliminar o h: cloridrato (cloro+hidrato), clorídrico (cloro+hídrico).
Sufixos de origem tupi 9. Usa-se o hífen com sufixo de origem tupi, quando a pronúncia exige distinção dos elementos. Anajá-mirim,
Ceará-mirim,
capim-açu,
andá-açu,
amoré-guaçu.

Este quadro está apoiado nas obras:
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.

 

Reforma Ortográfica

Hífen – compostos

 

PALAVAS COMPOSTAS
ELEMENTOS OU
PALAVRAS
REGRAS
EXEMPLOS
OBSERVAÇÕES;
SAIBA MAIS
Compostas comuns 1. Usa-se hífen nas palavras compostas comuns, sem preposições, quando o primeiro elemento for substantivo, adjetivo, verbo ou numeral. Amor-perfeito,
boa-fé,
guarda-noturno,
guarda-chuva,
criado-mudo,
decreto-lei.
A) Formas adjetivas como afro, luso, anglo, latino não se ligam por hífen:
afrodescendente, eurocêntrico,
lusofobia,
eurocomunista
.
B) Mas com adjetivos pátrios (de identidade), usa-se o hífen:
afro-americano,
latino-americano,
indo-europeu,
ítalo-brasileira,
anglo-saxão
.
C) Se a noção de composição desapareceu com o tempo, deve-se unir o composto sem hífen:
pontapé,
madressilva,
girassol,
paraquedas,
paraquedismo
(perdida a noção do verbo parar);
mandachuva (perdida a noção do verbo mandar).
D) Demais casos com para e manda usam hífen:
para-brisa,
para-choque
(sem acento no para);
manda-tudo,
manda-lua
.
E) Compostos com elementos repetidos também levam hífen:
tico-tico,
tique-taque,
pingue-pongue,
blá-blá-blá
.
F) Compostos com apóstrofo também levam hífen:
cobra-d’água,
mãe-d’água,
mestre-d’armas
.
Nomes geográficos antecedidos de grão, grã ou verbos 2. Usa-se o hífen em nomes geográficos compostos com grã e grão ou verbos de qualquer tipo. Grã-Bretanha,
Grão-Pará,
Passa-Quatro.
Demais nomes geográficos compostos não usam hífen:
América do Norte,
Belo Horizonte,
Cabo Verde
.
(O nome
Guiné-Bissau

é uma exceção).
Espécies vegetais/ animais 3. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies vegetais e animais. bem-te-vi,
bem-me-quer,
erva-de-cheiro,
couve-flor,
erva-doce,
feijão-verde,
coco-da-baía,
joão-de-barro,

não-me-toques

(planta).
Se a palavra for usada em sentido figurado, não leva hífen: Ela está cheia de não me toques (melindres).
Mal 4. Usa-se hífen com mal antes de vogais ou h ou l. mal-afamado,
mal-estar,
mal-acabado,
mal-humorada,
mal-limpo.
A) Escreva, porém: malcriado,
malnascido,
malvisto,
malquerer,
malpassado
.
B) Escreva com hífen no feminino:
má-língua,
más-línguas
.
Além, aquém, recém, bem, sem 5. Usa-se hífen com além, aquém, recém, bem e sem. além-mar,
aquém-oceano,
recém-casado,
recém-nascido,
bem-estar,
bem-vindo,
sem-vergonha.
Quando o bem se aglutina com o segundo elemento, não se usa hífen: benfeitor,
benfeitoria,
benquerer,
benquisto
.
Locuções 6. Não se usa hífen nas locuções dos vários tipos (substantivas, adjetivas etc). à vontade,
cão de guarda,
café com leite,
cor de vinho,
fim de semana,
fim de século,
quem quer que seja,
um disse me disse.
A) Certas grafias consagradas agora são exceções à regra. Escreva:
água-de-colônia,
arco-da-velha,
pé-de-meia,
mais-que-perfeito,
cor-de-rosa,
à queima-roupa,
ao deus-dará
.
B) Outras expressões/locuções que não usarão hífen:
bumba meu boi,
tomara que caia,
arco e flecha,
tão somente,
ponto e vírgula
.
C) Escreva também sem hífen as locuções à toa (adjetivo ou advérbio), dia a dia (substantivo e advérbio) e arco e flecha.
Encadeamentos de palavras 7. Os encadeamentos vocabulares levam hífen (e não mais traço). A relação
professor-aluno.
O trajeto
Tóquio-São Paulo.
A ponte
Rio-Niterói.
Um acordo
Angola-Brasil.
Áustria-Hungria.
Alsácia-Lorena.

Hífen no fim da linha 8. Quando cai no fim da linha, o hífen deve ser repetido, por clareza, na linha abaixo.
Atravesso a ponte Rio-
-Niterói.
Couve-
-flor.


Este quadro está apoiado nas obras:
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.

 

Reforma Ortográfico

Hífen

 

1. Não se usa mais o hífen nos seguintes casos:

- Prefixo terminando com vogal e o segundo elemento começando com as consoantes s ou r. Nessa situação, a consoante tem que ser duplicada.
ANTES
AGORA
anti-religioso antirreligioso
anti-semita antissemita
contra-regra contrarregra
contra-senha contrassenha
extra-regulamentação preveem
Enjôos extrarregulamentação
Observação:
O hífen continua sendo utilizando quando o prefixo termina com r (hiper, inter e super) e a primeira letra do segundo elemento também
Exemplos: hiper-requintado, super-resistente.
- Prefixo terminando em vogal e o segundo elemento começando com uma vogal diferente.
ANTES
AGORA
auto-aprendizagem autoaprendizagem
auto-estrada autoestrada
extra-escolar extraescolar
infra-estrutura infraestrutura
auto-estrada autoestrada
auto-instrução autoinstrução
auto-aprendizagem autoaprendizagem
- Prefixo terminado por consoante e o segundo elemento começando por vogal.
Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo
- Nas palavras que perderam a noção de composição.
Exemplos:
girassol
madressilva
mandachuva
paraquedas
paraquedista
pontapé

2. O hífen é usado nos seguintes casos:

- O hífen continua sendo utilizando quando o prefixo termina com r (hiper, inter e super) e a primeira letra do segundo elemento também
Exemplos:
hiper-requintado
super-resistente
- Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
co-herdeiro
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
Exceção: subumano e inábil
- Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.
Exemplos:
anti-ibérico
anti-imperialista
anti-inflacionário
anti-inflamatório
auto-observação
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
micro-ondas
micro-ônibus
semi-internato
semi-interno
- Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos:
hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário
super-resistente
super-romântico
- Nos prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré e pró
Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
- Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos:
amoré-guaçu
anajá-mirim
capim-açu

 

Reforma Ortográfico

Tipo de palavra ou sílaba Quando acentuar Exemplos (como eram) Observações
(como ficaram)
Proparoxítonas sempre simpática, lúcido, sólido, cômodo Continua tudo igual ao que era antes da nova ortografia.
Observe:

Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronúncia da região: acadêmico, fenômeno (Brasil) académico, fenómeno (Portugal).
Paroxítonas Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S fácil, táxi, tênis, hífen, próton, álbum(ns), vírus, caráter, látex, bíceps, ímã, órfãs, bênção, órfãos, cárie, árduos, pólen, éden. Continua tudo igual.
Observe:
1) Terminadas em ENS não levam acento: hifens, polens.
2) Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur (Portugal).
3) Não ponha acento nos prefixo paroxítonos que terminam em N nem nos que terminam em I: inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi-internato.
Oxítonas Se terminadas
em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS
vatapá,
igarapé, avô, avós, refém, parabéns
Continua tudo igual.
Observe:
1. terminadas em I, IS, U, US não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi.
2. Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: bebê, purê (Brasil); bebé, puré (Portugal).
Monossílabos tônicos (são oxítonas também) terminados em A, AS, E,
ES, O,OS
vá, pás, pé, mês, pó, pôs Continua tudo igual.
Atente para os acentos nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc.
Í e Ú em
palavras oxítonas e paroxítonas
Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na sílaba (hiato) saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú, baús, Piauí 1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís.
2. Não se acentuam i e u se depois vier ‘nh‘: rainha, tainha, moinho.
3. Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e u não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio).
4. Mas, se, nas oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u estiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú.
Ditongos abertos em palavras paroxítonas EI, OI, idéia, colméia, bóia Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia.
Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R.
Ditongos abertos em palavras oxítonas ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) papéis, herói, heróis, troféu, céu, mói (moer) Continua tudo igual (mas, cuidado: somente para palavras oxítonas com uma ou mais sílabas).
Verbos arguir e redarguir (agora sem trema) arguir e redarguir usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo.
Esta regra desapareceu.
Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas):
eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas não acentue.
Verbos terminados em guar, quar e quir aguar
enxaguar, averiguar, apaziguar, delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo.

Esta regra sofreu alteração. Observe:.
Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico).
tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas.
Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue).
ôo, ee vôo, zôo, enjôo, vêem
Esta regra desapareceu.
Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo.
Verbos ter e vir na terceira pessoa do plural do presente do indicativo eles têm,
eles vêm
Continua tudo igual.
Ele vem aqui; eles vêm aqui.
Eles têm sede; ela tem sede.
Derivados de ter e vir (obter, manter, intervir) na terceira pessoa do singular leva acento agudo;
na terceira pessoa do plural do presente levam circunflexo
ele obtém, detém, mantém;
eles obtêm, detêm, mantêm
Continua tudo igual.
Acento diferencial

Esta regra desapareceu, exceto para os verbos:
PODER (diferença entre passado e presente.
Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje.
PÔR (diferença com a preposição por):
Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos;
TER e VIR e seus compostos (ver acima).
Observe:
1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR:
Para-raios, para-choque.
2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de pagamento é parcelada.
Trema (O trema não é acento gráfico.)
Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico.
Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano

Reforma Ortográfico

Acento Circunflexo

 

O acordo também retirou o acento circunflexo das palavras terminadas em ôo(s) e nas conjunções da terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo (êem)
dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados.
ANTES
AGORA
Crêem Creem
Dêem deem
Lêem leem
Vêem veem
Prevêem preveem
Vôo voo
Enjôos enjoos
Observação:
A acentuação dos verbos ter e vir e seus derivados não muda. No plural, é mantido o circunflexo (ex: elas têm, eles vêm). Já as palavras com mais de uma sílaba continuam recebendo o acento agudo (Ex: ele detém, ele intervém).

 

Reforma Ortográfico

Acento Diferencial

 

Utilizado para permitir a identificar as palavras que têm a mesma pronúncia (homófonas), o acento diferencial também é abolido com a reforma ortográfica.
Deixam de acentuadas palavras como:
- pára (do verbo parar)/para (preposição);
- pêra (substantivo)/pera (preposição)
- péla (verbo pelar)/ pela (junção de preposição e artigo)
- pêlo (substantivo/pelo (do verbo pelar)
- pólo (substantivo)/polo (junção de por e lo)
Exemplos:
ANTES
AGORA
As crianças gostam de jogar pólo As crianças gostam de jogar polo
A moça pára o taxi A moça para o taxi
Ela quis uma pêra no lanche Ela quis uma pera no lanche
Fomos ao pólo Norte Fomos ao polo Norte
O gato tem pêlos cinza O gato tem pelos cinzas
Observação
Duas palavras fogem à nova regra:
pôr (verbo) e pôde (o verbo conjugado no passado) continuam com o acento diferencial.
No caso do pôr é para evitar a confusão com a preposição por. Já o pôde continua com acentuação para não ser confundido com pode (o mesmo verbo conjugado no presente).
Nas palavras fôrma/forma o uso do acento é facultativo.

 

Reforma Ortográfica

Acento Agudo

 

Não se usa mais os acentos:

1.Ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (com acento tônico na penúltima sílaba).

ANTES
AGORA
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
andróide androide
apóia (verbo apoiar) apoia
apóio (verbo apoiar) apoio
asteróide asteroide
bóia boia
Coréia Coreia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colméia colmeia
estréia estreia
Européia Europeia
heróico heroico
idéia ideia
jibóia jiboia
jóia joia
paranóia paranoia
platéia platéia
Obs: As palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis continuam sendo acentuadas.
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

2. No “i” e no “u” tônicos das palavras paroxítonas quando vierem depois de um ditongo.

ANTES
AGORA
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura
tuiúca tuiuca
Obs: Já nas palavras oxítonas, quando o “i” ou o “u” estiverem em posição final ou seguidos de “s”, o acento agudo permanece.
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

3. No “u” tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.

4.  Nas formas verbais terminadas em guar, quar e quir, quando forem pronunciadas com “u” tônico.

Exemplo:
verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
Já se os verbos terminadas em guar, quar e quir forem pronunciadas com o “a” ou “i” tônicos é necessário utilizar a acentuação.
Exemplo:
verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.

 

Reforma Ortográfica

Trema

 

Com a Reforma Ortográfica, o trema – sinal de dois pontos usado em cima do u para indicar que essa letra, nos grupos que, qui, gue e gui, é pronunciada – é abolido e deixa de fazer parte da língua portuguesa. O sinal só é mantido em nomes próprios de origem estrangeira e nos seus derivados.
ANTES
AGORA
Cinqüenta Cinquenta
Delinqüente Delinquente
Eloqüente Eloquente
Ensangüentado Ensanguentado
Eqüestre Equestre
Freqüente Frequente
Lingüeta Lingueta
Lingüiça Linguiça
Qüinqüênio Quinquênio
Sagüi Sagui
Seqüência Sequência
Seqüestro Sequestro
Tranqüilo Tranquilo

Exceção
Nomes próprios de origem estrangeira e nos seus derivados.
Exemplos: Bündchen, Müller, mülleriano.

 

Reforma Ortográfica

Alfabeto

 

O Acordo inseriu mais três letras no nosso alfabeto. Ao invés de 23 letras, agora o alfabeto conta com 26, com a incorporação do K, W e o Y.
A utilização das novas letras fica restrita a alguns casos, como já acontece atualmente.
•    Nomes próprios de pessoas e seus derivados;
Exemplos: Franklin, frankliniano; Kant, kantistno; Darwin, darwinismo; Wagner,wagneriano, Byron, byroniano; Taylor, taylorista;
•    Nomes próprios de lugares originários de outras línguas e seus derivados;
Exemplos: Kuwait, kuwaitiano, Washington, Yokohama, Kiev.
•    Símbolos, abreviaturas, siglas e palavras adotadas como unidades de medida internacionais;
Exemplos: km (quilômetro), KLM (companhia aérea), K (potássio), W (watt), Kg (quilograma), www (sigla de world wide web, expressão que é sinônimo para a rede mundial de computadores).
•    Palavras estrangeiras incorporadas à língua
Exemplos: Show, playboy, sexy, playground, windsurf, download, kung fu, yin, yang, megabyte

 

Reforma Ortográfica

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou no último dia 25, em Lisboa, que o acordo ortográfico da língua portuguesa deverá estar implantado no Brasil até 2011. No início da 7.ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Fernando Haddad apontou o acordo como uma peça-chave da cooperação com os países africanos.
"Estamos tendo conversas informais com grupos editoriais brasileiros, sobretudo os que trabalham com livros didáticos, prevendo um prazo de dois ou três anos (para a implementação do acordo)", disse o ministro.
Segundo ele, a idéia é levar a consulta pública dentro de 30 dias a minuta do decreto presidencial sobre o acordo. "Pretendemos publicar esse decreto presidencial talvez ainda em setembro ou outubro", afirmou.
O acordo consagra mudanças relativamente pequenas. Segundo os lingüistas que prepararam o acordo - Antônio Houaiss, pelo Brasil, e João Malaca Casteleiro, de Portugal -, 0,43% das palavras no Brasil e 1,42% em Portugal passarão por mudanças.
O idioma português é o quinto mais falado do mundo, alcançando 200 milhões de pessoas. A comunidade lusófona é constituída por Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe (os cinco últimos na África) e por Macau, Timor Leste e Goa no Oriente, onde também esteve presente a colonização portuguesa.
A existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa, a lusitana e a brasileira, tem sido considerada como amplamente prejudicial à integração intercontinental do português e para sua importância no mundo. Tal situação remonta a 1911, ano em que foi adotada, em Portugal, a primeira grande reforma ortográfica, mas que não foi extensiva ao Brasil.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Reforma Ortográfico

O caso dos prefixos e falsos prefixos

 

COM PREFIXOS OU FALSOS PREFIXOS
PREFIXOS
OU FALSOS
PREFIXOS
REGRAS
EXEMPLOS
OBSERVAÇÕES;
SAIBA MAIS
Vogais iguais 1. Usa-se o hífen quando o prefixo e o segundo elemento juntam-se com a mesma vogal. anti-ibérico,
auto-organização,
contra-almirante,
infra-axilar,
micro-ondas,
neo-ortodoxo,
sobre-elevação,
anti-inflamatório.
Mas os prefixos co, pro, pre, re se juntam ao segundo elemento, ainda que este inicie pelas vogais o ou e: coocupar, coorganizar, coautor, coirmão, cooperar, preenchimento, preexistir, preestabelecer, proeminente, propor reeducação, reeleição, reescrita.
Vogais diferentes 2. Não se usa o hífen quando os elementos se unem com vogais diferentes. autoescola, autoajuda, autoafirmação, semiaberto, semiárido, semiobscuridade, contraordem, contraindicação, extraoficial, neoexpressionista, intraocular, semiaberto, semiárido.
Consoantes iguais 3. Usa-se o hífen se a consoante do final do prefixo for igual à do início do segundo elemento. inter-racial,
super-revista,
hiper-raquítico,
sub-brigadeiro.

Se o segundo elemento começa com s, r. 4. Não há hífen quando o segundo elemento começa com s ou r; nesse caso, duplicam-se as consoantes. antirreligioso, minissaia, ultrassecreto, ultrassom. Porém, coforme a regra anterior, com prefixos hiper, inter, super, deve-se manter o hífen:
hiper-realista,
inter-racial,
super-racional,
super-resistente
.
Se o segundo elemento começa com m, n, com vogais e h, m, n. 5. Usa-se o hífen: se o primeiro elemento, terminado em m ou n, unir-se com as consoantes h, m ou n. circum-murado,
circum-navegação,
pan-hispânico,
pan-africano,
pan-americano.

Ex, sota, soto, vice 6. Usa-se hífen com os prefixos: ex, sota, soto, vice. ex-almirante,
ex-presidente,
sota-piloto,
soto-pôr,
vice-almirante,
vice-rei.
Escreva, porém, sobrepor.
Pré, pós, pró 7. Usa-se hífen com os prefixos pré, pós, pró (tônicos e acentuados com autonomia). pré-escolar,
pré-nupcial,
pós-graduação,
pós-tônico,
pós-cirúrgico,
pró-reitor,
pró-ativo,
pós-auricular.
Se os prefixos não forem autônomos, não haverá hífen: predeterminado, pressupor, pospor, propor.
O prefixo termina em vogal ou r e b e o segundo elemento se inicia com h. 8. Usa-se o hífen quando o prefixo termina em r, b ou vogais e o segundo elemento começa com h. anti-herói,
inter-hemisférico,
sub-humano,
anti-hemorrágico,
bio-histórico,
super-homem,
giga-hertz,
poli-hidratação,
geo-história.
A) Mas as grafias consagradas serão mantidas: reidratar, desumano, inábil, reabituar, reabilitar, reaver.
B) Se houver perda do som da vogal final, prefere-se não usar hífen e eliminar o h: cloridrato (cloro+hidrato), clorídrico (cloro+hídrico).
Sufixos de origem tupi 9. Usa-se o hífen com sufixo de origem tupi, quando a pronúncia exige distinção dos elementos. Anajá-mirim,
Ceará-mirim,
capim-açu,
andá-açu,
amoré-guaçu.

Este quadro está apoiado nas obras:
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.

 

Reforma Ortográfica

Hífen – compostos

 

PALAVAS COMPOSTAS
ELEMENTOS OU
PALAVRAS
REGRAS
EXEMPLOS
OBSERVAÇÕES;
SAIBA MAIS
Compostas comuns 1. Usa-se hífen nas palavras compostas comuns, sem preposições, quando o primeiro elemento for substantivo, adjetivo, verbo ou numeral. Amor-perfeito,
boa-fé,
guarda-noturno,
guarda-chuva,
criado-mudo,
decreto-lei.
A) Formas adjetivas como afro, luso, anglo, latino não se ligam por hífen:
afrodescendente, eurocêntrico,
lusofobia,
eurocomunista
.
B) Mas com adjetivos pátrios (de identidade), usa-se o hífen:
afro-americano,
latino-americano,
indo-europeu,
ítalo-brasileira,
anglo-saxão
.
C) Se a noção de composição desapareceu com o tempo, deve-se unir o composto sem hífen:
pontapé,
madressilva,
girassol,
paraquedas,
paraquedismo
(perdida a noção do verbo parar);
mandachuva (perdida a noção do verbo mandar).
D) Demais casos com para e manda usam hífen:
para-brisa,
para-choque
(sem acento no para);
manda-tudo,
manda-lua
.
E) Compostos com elementos repetidos também levam hífen:
tico-tico,
tique-taque,
pingue-pongue,
blá-blá-blá
.
F) Compostos com apóstrofo também levam hífen:
cobra-d’água,
mãe-d’água,
mestre-d’armas
.
Nomes geográficos antecedidos de grão, grã ou verbos 2. Usa-se o hífen em nomes geográficos compostos com grã e grão ou verbos de qualquer tipo. Grã-Bretanha,
Grão-Pará,
Passa-Quatro.
Demais nomes geográficos compostos não usam hífen:
América do Norte,
Belo Horizonte,
Cabo Verde
.
(O nome
Guiné-Bissau

é uma exceção).
Espécies vegetais/ animais 3. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies vegetais e animais. bem-te-vi,
bem-me-quer,
erva-de-cheiro,
couve-flor,
erva-doce,
feijão-verde,
coco-da-baía,
joão-de-barro,

não-me-toques

(planta).
Se a palavra for usada em sentido figurado, não leva hífen: Ela está cheia de não me toques (melindres).
Mal 4. Usa-se hífen com mal antes de vogais ou h ou l. mal-afamado,
mal-estar,
mal-acabado,
mal-humorada,
mal-limpo.
A) Escreva, porém: malcriado,
malnascido,
malvisto,
malquerer,
malpassado
.
B) Escreva com hífen no feminino:
má-língua,
más-línguas
.
Além, aquém, recém, bem, sem 5. Usa-se hífen com além, aquém, recém, bem e sem. além-mar,
aquém-oceano,
recém-casado,
recém-nascido,
bem-estar,
bem-vindo,
sem-vergonha.
Quando o bem se aglutina com o segundo elemento, não se usa hífen: benfeitor,
benfeitoria,
benquerer,
benquisto
.
Locuções 6. Não se usa hífen nas locuções dos vários tipos (substantivas, adjetivas etc). à vontade,
cão de guarda,
café com leite,
cor de vinho,
fim de semana,
fim de século,
quem quer que seja,
um disse me disse.
A) Certas grafias consagradas agora são exceções à regra. Escreva:
água-de-colônia,
arco-da-velha,
pé-de-meia,
mais-que-perfeito,
cor-de-rosa,
à queima-roupa,
ao deus-dará
.
B) Outras expressões/locuções que não usarão hífen:
bumba meu boi,
tomara que caia,
arco e flecha,
tão somente,
ponto e vírgula
.
C) Escreva também sem hífen as locuções à toa (adjetivo ou advérbio), dia a dia (substantivo e advérbio) e arco e flecha.
Encadeamentos de palavras 7. Os encadeamentos vocabulares levam hífen (e não mais traço). A relação
professor-aluno.
O trajeto
Tóquio-São Paulo.
A ponte
Rio-Niterói.
Um acordo
Angola-Brasil.
Áustria-Hungria.
Alsácia-Lorena.

Hífen no fim da linha 8. Quando cai no fim da linha, o hífen deve ser repetido, por clareza, na linha abaixo.
Atravesso a ponte Rio-
-Niterói.
Couve-
-flor.


Este quadro está apoiado nas obras:
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.

 

Reforma Ortográfico

Hífen

 

1. Não se usa mais o hífen nos seguintes casos:

- Prefixo terminando com vogal e o segundo elemento começando com as consoantes s ou r. Nessa situação, a consoante tem que ser duplicada.
ANTES
AGORA
anti-religioso antirreligioso
anti-semita antissemita
contra-regra contrarregra
contra-senha contrassenha
extra-regulamentação preveem
Enjôos extrarregulamentação
Observação:
O hífen continua sendo utilizando quando o prefixo termina com r (hiper, inter e super) e a primeira letra do segundo elemento também
Exemplos: hiper-requintado, super-resistente.
- Prefixo terminando em vogal e o segundo elemento começando com uma vogal diferente.
ANTES
AGORA
auto-aprendizagem autoaprendizagem
auto-estrada autoestrada
extra-escolar extraescolar
infra-estrutura infraestrutura
auto-estrada autoestrada
auto-instrução autoinstrução
auto-aprendizagem autoaprendizagem
- Prefixo terminado por consoante e o segundo elemento começando por vogal.
Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo
- Nas palavras que perderam a noção de composição.
Exemplos:
girassol
madressilva
mandachuva
paraquedas
paraquedista
pontapé

2. O hífen é usado nos seguintes casos:

- O hífen continua sendo utilizando quando o prefixo termina com r (hiper, inter e super) e a primeira letra do segundo elemento também
Exemplos:
hiper-requintado
super-resistente
- Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
co-herdeiro
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
Exceção: subumano e inábil
- Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.
Exemplos:
anti-ibérico
anti-imperialista
anti-inflacionário
anti-inflamatório
auto-observação
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
micro-ondas
micro-ônibus
semi-internato
semi-interno
- Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos:
hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário
super-resistente
super-romântico
- Nos prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré e pró
Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
- Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos:
amoré-guaçu
anajá-mirim
capim-açu

 

Reforma Ortográfico

Tipo de palavra ou sílaba Quando acentuar Exemplos (como eram) Observações
(como ficaram)
Proparoxítonas sempre simpática, lúcido, sólido, cômodo Continua tudo igual ao que era antes da nova ortografia.
Observe:

Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronúncia da região: acadêmico, fenômeno (Brasil) académico, fenómeno (Portugal).
Paroxítonas Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S fácil, táxi, tênis, hífen, próton, álbum(ns), vírus, caráter, látex, bíceps, ímã, órfãs, bênção, órfãos, cárie, árduos, pólen, éden. Continua tudo igual.
Observe:
1) Terminadas em ENS não levam acento: hifens, polens.
2) Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur (Portugal).
3) Não ponha acento nos prefixo paroxítonos que terminam em N nem nos que terminam em I: inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi-internato.
Oxítonas Se terminadas
em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS
vatapá,
igarapé, avô, avós, refém, parabéns
Continua tudo igual.
Observe:
1. terminadas em I, IS, U, US não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi.
2. Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: bebê, purê (Brasil); bebé, puré (Portugal).
Monossílabos tônicos (são oxítonas também) terminados em A, AS, E,
ES, O,OS
vá, pás, pé, mês, pó, pôs Continua tudo igual.
Atente para os acentos nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc.
Í e Ú em
palavras oxítonas e paroxítonas
Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na sílaba (hiato) saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú, baús, Piauí 1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís.
2. Não se acentuam i e u se depois vier ‘nh‘: rainha, tainha, moinho.
3. Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e u não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio).
4. Mas, se, nas oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u estiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú.
Ditongos abertos em palavras paroxítonas EI, OI, idéia, colméia, bóia Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia.
Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R.
Ditongos abertos em palavras oxítonas ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) papéis, herói, heróis, troféu, céu, mói (moer) Continua tudo igual (mas, cuidado: somente para palavras oxítonas com uma ou mais sílabas).
Verbos arguir e redarguir (agora sem trema) arguir e redarguir usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo.
Esta regra desapareceu.
Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas):
eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas não acentue.
Verbos terminados em guar, quar e quir aguar
enxaguar, averiguar, apaziguar, delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo.

Esta regra sofreu alteração. Observe:.
Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico).
tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas.
Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue).
ôo, ee vôo, zôo, enjôo, vêem
Esta regra desapareceu.
Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo.
Verbos ter e vir na terceira pessoa do plural do presente do indicativo eles têm,
eles vêm
Continua tudo igual.
Ele vem aqui; eles vêm aqui.
Eles têm sede; ela tem sede.
Derivados de ter e vir (obter, manter, intervir) na terceira pessoa do singular leva acento agudo;
na terceira pessoa do plural do presente levam circunflexo
ele obtém, detém, mantém;
eles obtêm, detêm, mantêm
Continua tudo igual.
Acento diferencial

Esta regra desapareceu, exceto para os verbos:
PODER (diferença entre passado e presente.
Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje.
PÔR (diferença com a preposição por):
Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos;
TER e VIR e seus compostos (ver acima).
Observe:
1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR:
Para-raios, para-choque.
2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de pagamento é parcelada.
Trema (O trema não é acento gráfico.)
Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico.
Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano

Reforma Ortográfico

Acento Circunflexo

 

O acordo também retirou o acento circunflexo das palavras terminadas em ôo(s) e nas conjunções da terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo (êem)
dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados.
ANTES
AGORA
Crêem Creem
Dêem deem
Lêem leem
Vêem veem
Prevêem preveem
Vôo voo
Enjôos enjoos
Observação:
A acentuação dos verbos ter e vir e seus derivados não muda. No plural, é mantido o circunflexo (ex: elas têm, eles vêm). Já as palavras com mais de uma sílaba continuam recebendo o acento agudo (Ex: ele detém, ele intervém).

 

Reforma Ortográfico

Acento Diferencial

 

Utilizado para permitir a identificar as palavras que têm a mesma pronúncia (homófonas), o acento diferencial também é abolido com a reforma ortográfica.
Deixam de acentuadas palavras como:
- pára (do verbo parar)/para (preposição);
- pêra (substantivo)/pera (preposição)
- péla (verbo pelar)/ pela (junção de preposição e artigo)
- pêlo (substantivo/pelo (do verbo pelar)
- pólo (substantivo)/polo (junção de por e lo)
Exemplos:
ANTES
AGORA
As crianças gostam de jogar pólo As crianças gostam de jogar polo
A moça pára o taxi A moça para o taxi
Ela quis uma pêra no lanche Ela quis uma pera no lanche
Fomos ao pólo Norte Fomos ao polo Norte
O gato tem pêlos cinza O gato tem pelos cinzas
Observação
Duas palavras fogem à nova regra:
pôr (verbo) e pôde (o verbo conjugado no passado) continuam com o acento diferencial.
No caso do pôr é para evitar a confusão com a preposição por. Já o pôde continua com acentuação para não ser confundido com pode (o mesmo verbo conjugado no presente).
Nas palavras fôrma/forma o uso do acento é facultativo.

 

Reforma Ortográfica

Acento Agudo

 

Não se usa mais os acentos:

1.Ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (com acento tônico na penúltima sílaba).

ANTES
AGORA
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
andróide androide
apóia (verbo apoiar) apoia
apóio (verbo apoiar) apoio
asteróide asteroide
bóia boia
Coréia Coreia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colméia colmeia
estréia estreia
Européia Europeia
heróico heroico
idéia ideia
jibóia jiboia
jóia joia
paranóia paranoia
platéia platéia
Obs: As palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis continuam sendo acentuadas.
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

2. No “i” e no “u” tônicos das palavras paroxítonas quando vierem depois de um ditongo.

ANTES
AGORA
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura
tuiúca tuiuca
Obs: Já nas palavras oxítonas, quando o “i” ou o “u” estiverem em posição final ou seguidos de “s”, o acento agudo permanece.
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

3. No “u” tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.

4.  Nas formas verbais terminadas em guar, quar e quir, quando forem pronunciadas com “u” tônico.

Exemplo:
verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
Já se os verbos terminadas em guar, quar e quir forem pronunciadas com o “a” ou “i” tônicos é necessário utilizar a acentuação.
Exemplo:
verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.

 

Reforma Ortográfica

Trema

 

Com a Reforma Ortográfica, o trema – sinal de dois pontos usado em cima do u para indicar que essa letra, nos grupos que, qui, gue e gui, é pronunciada – é abolido e deixa de fazer parte da língua portuguesa. O sinal só é mantido em nomes próprios de origem estrangeira e nos seus derivados.
ANTES
AGORA
Cinqüenta Cinquenta
Delinqüente Delinquente
Eloqüente Eloquente
Ensangüentado Ensanguentado
Eqüestre Equestre
Freqüente Frequente
Lingüeta Lingueta
Lingüiça Linguiça
Qüinqüênio Quinquênio
Sagüi Sagui
Seqüência Sequência
Seqüestro Sequestro
Tranqüilo Tranquilo

Exceção
Nomes próprios de origem estrangeira e nos seus derivados.
Exemplos: Bündchen, Müller, mülleriano.

 

Reforma Ortográfica

Alfabeto

 

O Acordo inseriu mais três letras no nosso alfabeto. Ao invés de 23 letras, agora o alfabeto conta com 26, com a incorporação do K, W e o Y.
A utilização das novas letras fica restrita a alguns casos, como já acontece atualmente.
•    Nomes próprios de pessoas e seus derivados;
Exemplos: Franklin, frankliniano; Kant, kantistno; Darwin, darwinismo; Wagner,wagneriano, Byron, byroniano; Taylor, taylorista;
•    Nomes próprios de lugares originários de outras línguas e seus derivados;
Exemplos: Kuwait, kuwaitiano, Washington, Yokohama, Kiev.
•    Símbolos, abreviaturas, siglas e palavras adotadas como unidades de medida internacionais;
Exemplos: km (quilômetro), KLM (companhia aérea), K (potássio), W (watt), Kg (quilograma), www (sigla de world wide web, expressão que é sinônimo para a rede mundial de computadores).
•    Palavras estrangeiras incorporadas à língua
Exemplos: Show, playboy, sexy, playground, windsurf, download, kung fu, yin, yang, megabyte

 

Reforma Ortográfica

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou no último dia 25, em Lisboa, que o acordo ortográfico da língua portuguesa deverá estar implantado no Brasil até 2011. No início da 7.ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Fernando Haddad apontou o acordo como uma peça-chave da cooperação com os países africanos.
"Estamos tendo conversas informais com grupos editoriais brasileiros, sobretudo os que trabalham com livros didáticos, prevendo um prazo de dois ou três anos (para a implementação do acordo)", disse o ministro.
Segundo ele, a idéia é levar a consulta pública dentro de 30 dias a minuta do decreto presidencial sobre o acordo. "Pretendemos publicar esse decreto presidencial talvez ainda em setembro ou outubro", afirmou.
O acordo consagra mudanças relativamente pequenas. Segundo os lingüistas que prepararam o acordo - Antônio Houaiss, pelo Brasil, e João Malaca Casteleiro, de Portugal -, 0,43% das palavras no Brasil e 1,42% em Portugal passarão por mudanças.
O idioma português é o quinto mais falado do mundo, alcançando 200 milhões de pessoas. A comunidade lusófona é constituída por Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe (os cinco últimos na África) e por Macau, Timor Leste e Goa no Oriente, onde também esteve presente a colonização portuguesa.
A existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa, a lusitana e a brasileira, tem sido considerada como amplamente prejudicial à integração intercontinental do português e para sua importância no mundo. Tal situação remonta a 1911, ano em que foi adotada, em Portugal, a primeira grande reforma ortográfica, mas que não foi extensiva ao Brasil.

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