Tu moravas comias ouvias
Ele morava comia ouvia
Nós moravamos comíamos ouvíamos
Vós moráveis comíeis ouvíeis
Eles moravam comiam ouviam
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Pretérito perfeito
Eu morei comi ouvi
Tu moraste comeste ouviste
Ele morou comeu ouviu
Nós moramos comemos ouvimos
Vós morastes comestes ouvistes
Eles moraram comeram ouviram
Tu moraste comeste ouviste
Ele morou comeu ouviu
Nós moramos comemos ouvimos
Vós morastes comestes ouvistes
Eles moraram comeram ouviram
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Verbos
São palavras que indicam ações ou exprimem o que se passa.E têm a função a prioridade de localizar o tempo ,em relação ao momento em que se fala.
São variáveis,podem sofrer flexão de tempos verbais:Presente,pretérito (Passado),Futuro :O presente é uma ação,estado ou fenomêno da natureza que ocorre no momento em que se fala; O Pretérito (passado)-por sua vez,aplica-se a fatos anteriores do momento da fala; e o Futuro é algo que irá ocorrer após o momento em que se fala.
O pretérito se divide em Perfeito e Imperfeito.
O pretérito perfeito indica uma ação pontual completamente terminada no passado,como ->Cheguei,morei,passei,comi,comecei,ouvi.Ele é adequado para relatar ações "Fechadas". (No momento acontece e termina).
São variáveis,podem sofrer flexão de tempos verbais:Presente,pretérito (Passado),Futuro :O presente é uma ação,estado ou fenomêno da natureza que ocorre no momento em que se fala; O Pretérito (passado)-por sua vez,aplica-se a fatos anteriores do momento da fala; e o Futuro é algo que irá ocorrer após o momento em que se fala.
O pretérito se divide em Perfeito e Imperfeito.
O pretérito perfeito indica uma ação pontual completamente terminada no passado,como ->Cheguei,morei,passei,comi,comecei,ouvi.Ele é adequado para relatar ações "Fechadas". (No momento acontece e termina).
Verbos
São palavras que indicam ações ou exprimem o que se passa.E têm a função a prioridade de localizar o tempo ,em relação ao momento em que se fala.
São variáveis,podem sofrer flexão de tempos verbais:Presente,pretérito (Passado),Futuro :O presente é uma ação,estado ou fenomêno da natureza que ocorre no momento em que se fala; O Pretérito (passado)-por sua vez,aplica-se a fatos anteriores do momento da fala; e o Futuro é algo que irá ocorrer após o momento em que se fala.
O pretérito se divide em Perfeito e Imperfeito.
O pretérito perfeito indica uma ação pontual completamente terminada no passado,como ->Cheguei,morei,passei,comi,comecei,ouvi.Ele é adequado para relatar ações "Fechadas". (No momento acontece e termina).
São variáveis,podem sofrer flexão de tempos verbais:Presente,pretérito (Passado),Futuro :O presente é uma ação,estado ou fenomêno da natureza que ocorre no momento em que se fala; O Pretérito (passado)-por sua vez,aplica-se a fatos anteriores do momento da fala; e o Futuro é algo que irá ocorrer após o momento em que se fala.
O pretérito se divide em Perfeito e Imperfeito.
O pretérito perfeito indica uma ação pontual completamente terminada no passado,como ->Cheguei,morei,passei,comi,comecei,ouvi.Ele é adequado para relatar ações "Fechadas". (No momento acontece e termina).
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Locução Verbal
É o conjunto de dois ou mais verbos que expressam uma única ideia (Vou estudar/ Quero comer/ Preciso ler/ Começou a correr/ Tem sido analisado...)
Frase e Oração
Frase é o anunciado, que por si mesmo, consegue estabelecer comunicação. Pode apresentar-se com verbo ou sem verbo
A Oração constitui-se em torno de um verbo ou de uma locução verbal e normalmente é formado de dois elementos básicos: sujeito e predicado. Pode ser uma frase ou parte de uma frase.
A Oração constitui-se em torno de um verbo ou de uma locução verbal e normalmente é formado de dois elementos básicos: sujeito e predicado. Pode ser uma frase ou parte de uma frase.
Gênero: Memórias
A vida não é a que a gente viveu,e sim a que a gente recorda,e como recorda para contá-la”Gabriel Garcia Márquez –Viver para contar
Para vocês , o que caracteriza um texto de memórias literárias?
Nas memórias literárias , o que é contado não é realidade exata. A realidade dá base ao que está sendo escrito, mas o texto também traz boa dose de inventividade.
Algumas marcas comuns:
-Expressões em primeira pessoa usadas pelo narrador, como “eu me lembro”, “vivi numa época em que”.
-Verbos que remetem ao passado, como “lembrar”, “reviver”.
-Palavras utilizadas na época evocada, como “vitrola”, “flertar”.
-Expressões que ajudam a localizar o leitor na época narrada, como “naquele tempo”.
Para vocês , o que caracteriza um texto de memórias literárias?
Nas memórias literárias , o que é contado não é realidade exata. A realidade dá base ao que está sendo escrito, mas o texto também traz boa dose de inventividade.
Algumas marcas comuns:
-Expressões em primeira pessoa usadas pelo narrador, como “eu me lembro”, “vivi numa época em que”.
-Verbos que remetem ao passado, como “lembrar”, “reviver”.
-Palavras utilizadas na época evocada, como “vitrola”, “flertar”.
-Expressões que ajudam a localizar o leitor na época narrada, como “naquele tempo”.
Genero memoria
O gênero textual "Memória" registra os acontecimentos da vida do autor , o que ocorreu durante o seu período de vida na vida pessoal, na história política do país e do mundo. É sempre escrita em 1a pessoa. Se você ainda não leu nada desse gênero tem aí: Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis ,Memórias de um Sargento de Milícias de Manuel Antonio de Almeida(ficções); As curvas do tempo-memórias, de Oscar Niemeyer, Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos, Memórias de Menina- de Rachel de Queiroz( não-ficção).
Verbo Haver
Os verbos haver e existir podem ser usados como sinônimos.Na linguagem formal,porem,possuem empregos diferentes. As orações com o verbo existir sempre se constroem com sujeito:
Existe um proposta para a educação?
(verbo singular) (sujeito singular)
Existem Verbas para a educação?
(verbo plural) (sujeito plural)
O verbo haver,com sentido de existir, não apresenta sujeito.mantendo-se sempre na 3.ª pessoa do singular.
Há uma proposta para a educação?
3.ª pessoa do singular
Há verbas para a educação?
3.ª pessoa do singular
Na linguagem coloquial, é corrente o uso doo verbo ter com sentido de haver.Por exemplo: Tem muita gente nesta sala.{No lugar de "Há muita gente nesta sala".}
Existe um proposta para a educação?
(verbo singular) (sujeito singular)
Existem Verbas para a educação?
(verbo plural) (sujeito plural)
O verbo haver,com sentido de existir, não apresenta sujeito.mantendo-se sempre na 3.ª pessoa do singular.
Há uma proposta para a educação?
3.ª pessoa do singular
Há verbas para a educação?
3.ª pessoa do singular
Na linguagem coloquial, é corrente o uso doo verbo ter com sentido de haver.Por exemplo: Tem muita gente nesta sala.{No lugar de "Há muita gente nesta sala".}
As Cocadas
Eu devia ter nesse tempo dez anos. Era menina prestimosa e trabalhadeira à moda do tempo. Tinha ajudado a fazer aquela cocada. Tinha areado o tacho de cobre e ralado o coco. Acompanhei rente à fornalha todo o serviço, desde a escumação da calda até a apuração do ponto. Vi quando foi batida e estendida na tábua, vi quando foi cortada em losangos. Saiu uma cocada morena, de ponto brando atravessada de paus de canela cheirosa. O coco era gordo, carnudo e leitoso, o doce ficou excelente. Minha prima me deu duas cocadas e guardou tudo mais numa terrina grande, funda e de tampa pesada. Botou no alto da prateleira. Duas cocadas só... Eu esperava quatro e comeria de uma assentada oito, dez, mesmo. Dias seguidos namorei aquela terrina, inacessível. De noite, sonhava com as cocadas. De dia as cocadas dançavam pequenas piruetas na minha frente. Sempre eu estava por ali perto, ajudando nas quitandas, esperando, aguando e de olho na terrina. Batia os ovos, segurava gamela, untava as formas, arrumava nas assadeiras, entregava na boca do forno e socava cascas no pesado
almofariz de bronze. Estávamos nessa lida e minha prima precisou de uma vasilha para bater um pão-de-ló. Tudo ocupado. Entrou na copa e desceu a terrina, botou em cima da mesa, deslembrada do seu conteúdo. Levantou a tampa e só fez: Hiiii... Apanhou um papel pardo sujo, estendeu no chão, no canto da varanda e despejou de uma vez a terrina. As cocadas moreninhas, de ponto brando, atravessadas aqui e ali de paus de canela e feitas de coco leitoso e carnudo guardadas ainda mornas e esquecidas, tinham se recoberto de uma penugem cinzenta, macia e aveludada de bolor.
Aí minha prima chamou o cachorro: Trovador... Trovador... e veio o Trovador, um perdigueiro de meu tio, lerdo, preguiçoso, nutrido, abanando a cauda. Farejou os doces sem interesse e passou a lamber, assim de lado, com o maior pouco caso.
Eu olhando com uma vontade louca de avançar nas cocadas. Até hoje, quando me lembro disso, sinto dentro de mim uma revolta – má e dolorida - de não ter enfrentado decidida, resoluta, malcriada e cínica, aqueles adultos negligentes e partilhado das cocadas bolorentas com o cachorro.
almofariz de bronze. Estávamos nessa lida e minha prima precisou de uma vasilha para bater um pão-de-ló. Tudo ocupado. Entrou na copa e desceu a terrina, botou em cima da mesa, deslembrada do seu conteúdo. Levantou a tampa e só fez: Hiiii... Apanhou um papel pardo sujo, estendeu no chão, no canto da varanda e despejou de uma vez a terrina. As cocadas moreninhas, de ponto brando, atravessadas aqui e ali de paus de canela e feitas de coco leitoso e carnudo guardadas ainda mornas e esquecidas, tinham se recoberto de uma penugem cinzenta, macia e aveludada de bolor.
Aí minha prima chamou o cachorro: Trovador... Trovador... e veio o Trovador, um perdigueiro de meu tio, lerdo, preguiçoso, nutrido, abanando a cauda. Farejou os doces sem interesse e passou a lamber, assim de lado, com o maior pouco caso.
Eu olhando com uma vontade louca de avançar nas cocadas. Até hoje, quando me lembro disso, sinto dentro de mim uma revolta – má e dolorida - de não ter enfrentado decidida, resoluta, malcriada e cínica, aqueles adultos negligentes e partilhado das cocadas bolorentas com o cachorro.
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quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Pretérito imperfeito
Tu moravas comias ouvias
Ele morava comia ouvia
Nós moravamos comíamos ouvíamos
Vós moráveis comíeis ouvíeis
Eles moravam comiam ouviam
Ele morava comia ouvia
Nós moravamos comíamos ouvíamos
Vós moráveis comíeis ouvíeis
Eles moravam comiam ouviam
Pretérito perfeito
Eu morei comi ouvi
Tu moraste comeste ouviste
Ele morou comeu ouviu
Nós moramos comemos ouvimos
Vós morastes comestes ouvistes
Eles moraram comeram ouviram
Tu moraste comeste ouviste
Ele morou comeu ouviu
Nós moramos comemos ouvimos
Vós morastes comestes ouvistes
Eles moraram comeram ouviram
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Verbos
São palavras que indicam ações ou exprimem o que se passa.E têm a função a prioridade de localizar o tempo ,em relação ao momento em que se fala.
São variáveis,podem sofrer flexão de tempos verbais:Presente,pretérito (Passado),Futuro :O presente é uma ação,estado ou fenomêno da natureza que ocorre no momento em que se fala; O Pretérito (passado)-por sua vez,aplica-se a fatos anteriores do momento da fala; e o Futuro é algo que irá ocorrer após o momento em que se fala.
O pretérito se divide em Perfeito e Imperfeito.
O pretérito perfeito indica uma ação pontual completamente terminada no passado,como ->Cheguei,morei,passei,comi,comecei,ouvi.Ele é adequado para relatar ações "Fechadas". (No momento acontece e termina).
São variáveis,podem sofrer flexão de tempos verbais:Presente,pretérito (Passado),Futuro :O presente é uma ação,estado ou fenomêno da natureza que ocorre no momento em que se fala; O Pretérito (passado)-por sua vez,aplica-se a fatos anteriores do momento da fala; e o Futuro é algo que irá ocorrer após o momento em que se fala.
O pretérito se divide em Perfeito e Imperfeito.
O pretérito perfeito indica uma ação pontual completamente terminada no passado,como ->Cheguei,morei,passei,comi,comecei,ouvi.Ele é adequado para relatar ações "Fechadas". (No momento acontece e termina).
Verbos
São palavras que indicam ações ou exprimem o que se passa.E têm a função a prioridade de localizar o tempo ,em relação ao momento em que se fala.
São variáveis,podem sofrer flexão de tempos verbais:Presente,pretérito (Passado),Futuro :O presente é uma ação,estado ou fenomêno da natureza que ocorre no momento em que se fala; O Pretérito (passado)-por sua vez,aplica-se a fatos anteriores do momento da fala; e o Futuro é algo que irá ocorrer após o momento em que se fala.
O pretérito se divide em Perfeito e Imperfeito.
O pretérito perfeito indica uma ação pontual completamente terminada no passado,como ->Cheguei,morei,passei,comi,comecei,ouvi.Ele é adequado para relatar ações "Fechadas". (No momento acontece e termina).
São variáveis,podem sofrer flexão de tempos verbais:Presente,pretérito (Passado),Futuro :O presente é uma ação,estado ou fenomêno da natureza que ocorre no momento em que se fala; O Pretérito (passado)-por sua vez,aplica-se a fatos anteriores do momento da fala; e o Futuro é algo que irá ocorrer após o momento em que se fala.
O pretérito se divide em Perfeito e Imperfeito.
O pretérito perfeito indica uma ação pontual completamente terminada no passado,como ->Cheguei,morei,passei,comi,comecei,ouvi.Ele é adequado para relatar ações "Fechadas". (No momento acontece e termina).
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Locução Verbal
É o conjunto de dois ou mais verbos que expressam uma única ideia (Vou estudar/ Quero comer/ Preciso ler/ Começou a correr/ Tem sido analisado...)
Frase e Oração
Frase é o anunciado, que por si mesmo, consegue estabelecer comunicação. Pode apresentar-se com verbo ou sem verbo
A Oração constitui-se em torno de um verbo ou de uma locução verbal e normalmente é formado de dois elementos básicos: sujeito e predicado. Pode ser uma frase ou parte de uma frase.
A Oração constitui-se em torno de um verbo ou de uma locução verbal e normalmente é formado de dois elementos básicos: sujeito e predicado. Pode ser uma frase ou parte de uma frase.
Gênero: Memórias
A vida não é a que a gente viveu,e sim a que a gente recorda,e como recorda para contá-la”Gabriel Garcia Márquez –Viver para contar
Para vocês , o que caracteriza um texto de memórias literárias?
Nas memórias literárias , o que é contado não é realidade exata. A realidade dá base ao que está sendo escrito, mas o texto também traz boa dose de inventividade.
Algumas marcas comuns:
-Expressões em primeira pessoa usadas pelo narrador, como “eu me lembro”, “vivi numa época em que”.
-Verbos que remetem ao passado, como “lembrar”, “reviver”.
-Palavras utilizadas na época evocada, como “vitrola”, “flertar”.
-Expressões que ajudam a localizar o leitor na época narrada, como “naquele tempo”.
Para vocês , o que caracteriza um texto de memórias literárias?
Nas memórias literárias , o que é contado não é realidade exata. A realidade dá base ao que está sendo escrito, mas o texto também traz boa dose de inventividade.
Algumas marcas comuns:
-Expressões em primeira pessoa usadas pelo narrador, como “eu me lembro”, “vivi numa época em que”.
-Verbos que remetem ao passado, como “lembrar”, “reviver”.
-Palavras utilizadas na época evocada, como “vitrola”, “flertar”.
-Expressões que ajudam a localizar o leitor na época narrada, como “naquele tempo”.
Genero memoria
O gênero textual "Memória" registra os acontecimentos da vida do autor , o que ocorreu durante o seu período de vida na vida pessoal, na história política do país e do mundo. É sempre escrita em 1a pessoa. Se você ainda não leu nada desse gênero tem aí: Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis ,Memórias de um Sargento de Milícias de Manuel Antonio de Almeida(ficções); As curvas do tempo-memórias, de Oscar Niemeyer, Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos, Memórias de Menina- de Rachel de Queiroz( não-ficção).
Verbo Haver
Os verbos haver e existir podem ser usados como sinônimos.Na linguagem formal,porem,possuem empregos diferentes. As orações com o verbo existir sempre se constroem com sujeito:
Existe um proposta para a educação?
(verbo singular) (sujeito singular)
Existem Verbas para a educação?
(verbo plural) (sujeito plural)
O verbo haver,com sentido de existir, não apresenta sujeito.mantendo-se sempre na 3.ª pessoa do singular.
Há uma proposta para a educação?
3.ª pessoa do singular
Há verbas para a educação?
3.ª pessoa do singular
Na linguagem coloquial, é corrente o uso doo verbo ter com sentido de haver.Por exemplo: Tem muita gente nesta sala.{No lugar de "Há muita gente nesta sala".}
Existe um proposta para a educação?
(verbo singular) (sujeito singular)
Existem Verbas para a educação?
(verbo plural) (sujeito plural)
O verbo haver,com sentido de existir, não apresenta sujeito.mantendo-se sempre na 3.ª pessoa do singular.
Há uma proposta para a educação?
3.ª pessoa do singular
Há verbas para a educação?
3.ª pessoa do singular
Na linguagem coloquial, é corrente o uso doo verbo ter com sentido de haver.Por exemplo: Tem muita gente nesta sala.{No lugar de "Há muita gente nesta sala".}
As Cocadas
Eu devia ter nesse tempo dez anos. Era menina prestimosa e trabalhadeira à moda do tempo. Tinha ajudado a fazer aquela cocada. Tinha areado o tacho de cobre e ralado o coco. Acompanhei rente à fornalha todo o serviço, desde a escumação da calda até a apuração do ponto. Vi quando foi batida e estendida na tábua, vi quando foi cortada em losangos. Saiu uma cocada morena, de ponto brando atravessada de paus de canela cheirosa. O coco era gordo, carnudo e leitoso, o doce ficou excelente. Minha prima me deu duas cocadas e guardou tudo mais numa terrina grande, funda e de tampa pesada. Botou no alto da prateleira. Duas cocadas só... Eu esperava quatro e comeria de uma assentada oito, dez, mesmo. Dias seguidos namorei aquela terrina, inacessível. De noite, sonhava com as cocadas. De dia as cocadas dançavam pequenas piruetas na minha frente. Sempre eu estava por ali perto, ajudando nas quitandas, esperando, aguando e de olho na terrina. Batia os ovos, segurava gamela, untava as formas, arrumava nas assadeiras, entregava na boca do forno e socava cascas no pesado
almofariz de bronze. Estávamos nessa lida e minha prima precisou de uma vasilha para bater um pão-de-ló. Tudo ocupado. Entrou na copa e desceu a terrina, botou em cima da mesa, deslembrada do seu conteúdo. Levantou a tampa e só fez: Hiiii... Apanhou um papel pardo sujo, estendeu no chão, no canto da varanda e despejou de uma vez a terrina. As cocadas moreninhas, de ponto brando, atravessadas aqui e ali de paus de canela e feitas de coco leitoso e carnudo guardadas ainda mornas e esquecidas, tinham se recoberto de uma penugem cinzenta, macia e aveludada de bolor.
Aí minha prima chamou o cachorro: Trovador... Trovador... e veio o Trovador, um perdigueiro de meu tio, lerdo, preguiçoso, nutrido, abanando a cauda. Farejou os doces sem interesse e passou a lamber, assim de lado, com o maior pouco caso.
Eu olhando com uma vontade louca de avançar nas cocadas. Até hoje, quando me lembro disso, sinto dentro de mim uma revolta – má e dolorida - de não ter enfrentado decidida, resoluta, malcriada e cínica, aqueles adultos negligentes e partilhado das cocadas bolorentas com o cachorro.
almofariz de bronze. Estávamos nessa lida e minha prima precisou de uma vasilha para bater um pão-de-ló. Tudo ocupado. Entrou na copa e desceu a terrina, botou em cima da mesa, deslembrada do seu conteúdo. Levantou a tampa e só fez: Hiiii... Apanhou um papel pardo sujo, estendeu no chão, no canto da varanda e despejou de uma vez a terrina. As cocadas moreninhas, de ponto brando, atravessadas aqui e ali de paus de canela e feitas de coco leitoso e carnudo guardadas ainda mornas e esquecidas, tinham se recoberto de uma penugem cinzenta, macia e aveludada de bolor.
Aí minha prima chamou o cachorro: Trovador... Trovador... e veio o Trovador, um perdigueiro de meu tio, lerdo, preguiçoso, nutrido, abanando a cauda. Farejou os doces sem interesse e passou a lamber, assim de lado, com o maior pouco caso.
Eu olhando com uma vontade louca de avançar nas cocadas. Até hoje, quando me lembro disso, sinto dentro de mim uma revolta – má e dolorida - de não ter enfrentado decidida, resoluta, malcriada e cínica, aqueles adultos negligentes e partilhado das cocadas bolorentas com o cachorro.
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